Saúde mental também merece atenção durante a pandemia
Médica psiquiatra do Centro Médico São José ajuda a diferenciar a preocupação natural, da angústia exagerada, que pode causar ansiedade e depressão e dá dicas para lidar melhor com esse delicado momento.
Por:
Dra. Ana Paula Ribeiro Zozolotto, médica psiquiatra do Centro Médico São José.
Atendimentos na unidade de Cerquilho. Tel: (15) 3288 4848
O Covid-19 trouxe não só a infecção, como mudanças sociais profundas, que geraram uma ansiedade muito grande, o que afetou fortemente o emocional das pessoas, que ficaram mais ansiosas, preocupadas, e com medo. Percebemos que a pandemia provocou aumento nos casos de ansiedade e agravou muitos casos de depressão. É natural, no primeiro momento, ficar apreensivo e com medo, no entanto, também é esperado que, após o primeiro impacto, as pessoas se adaptem e passem a lidar melhor com as mudanças sociais sem tantos prejuízos à saúde mental.
Mas, se o receio de pegar a doença começar a afetar o dia a dia e a pessoa começar a ficar extremamente deprimida, a ponto de não sair da cama, ter alterações de sono, de apetite e ficar mais irritada, precisamos ligar o sinal de alerta, pois a preocupação se tornou um problema que precisa de atenção. Outros sinais mais intensos incluem passar mal, suar frio, coração disparado. A pessoa se sente desmotivada de seguir com suas tarefas diárias. Esses sinais significam que já está mais do que na hora de buscar ajuda especializada.
Caso alguém se identifique com esses quadros de preocupação e medo exagerados e persistentes, ou então observe essa ocorrência em alguém próximo, deve buscar ajuda profissional com psicólogos ou psiquiatras.
Quando abordamos esse assunto, percebemos que ainda há preconceito com relação à saúde mental. Isso tem muita ver com antigamente, quando existiam os manicômios. As pessoas achavam que psiquiatra era somente médico de louco. Hoje em dia essa percepção melhorou muito, mas ainda há quem tenha vergonha e se sinta constrangido em procurar atendimento e isso não precisa ser assim. A saúde mental é extremamente importante, assim como a saúde da mulher, saúde do homem ou qualquer outro tipo de cuidado. Muitas pessoas vão ao médico para cuidar de outras áreas da saúde sem nenhum preconceito.
Outras, também costumam ter medo dos medicamentos, pois temem ficar dependentes das medicações mais fortes, o que é uma realidade pouco comum, pois as substâncias mais modernas são muito mais seguras e têm poucas reações em comparação aos remédios mais antigos.
Uma forma de evitar o surgimento de quadros depressivos durante a pandemia é promovendo a interação social de maneira segura, ou seja, conversar com a família por telefone ou por chamada de vídeo e aplicativos de redes sociais. Manter viva a interação, mesmo que sem contato presencial. Também devemos buscar por atividades prazerosas para se fazer em casa, como: assistir um filme, praticar algum hobbie, enfim. Aos poucos estão sendo retomadas as atividades coletivas, no entanto, devemos ser conscientes de que vai demorar para tudo ser como antes. Então é preciso ter cuidado para não se expor, mas ao mesmo tempo, buscar o otimismo e enxergar as coisas boas da vida e, como já falamos, buscar ajuda caso não esteja conseguindo lidar muito bem com essa nova realidade.
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